"Bem vindos a Portugal, país que não respeita os polícias"

Depois da Portela, o próximo protesto do Sindicato Nacional de Polícia (Sinapol) com distribuição de folhetos a turistas será no dia 31, no aeroporto Sá Carneiro, no Porto
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Armando Ferreira, presidente do Sindicato Nacional de Polícia faz um balanço "positivo" do protesto realizado na segunda-feira por delegados do Sinapol no aeroporto da Portela, Lisboa, junto dos turistas que chegavam à capital portuguesa. No próximo dia 31 de Maio estarão no aeroporto de Sá Carneiro, no Porto, a realizar uma ação semelhante.

Os folhetos com o título "Bem vindos a Portugal, um país que não respeita os polícias" foram entregues por polícias em função sindical - à civil mas envergando coletes refletores - a turistas de várias nacionalidades. Turistas que eram confrontados com a seguinte pergunta, que consta do folheto: "Sabia que um polícia em Portugal tem um vencimento inicial inferior a 800 euros?".

"Temos autorização para estas ações, que se realizam desde o dia 8 de maio (aeroporto do Funchal). Comunicàmos às autarquias que se trata de uma manifestação/reunião junto dos transeuntes. Já tivémos autorização no Funchal e em Lisboa", refere Armando Ferreira.

A próxima iniciativa será no Porto, como referido. Seguem-se, no início de junho, ações junto dos turistas nos portos marítimos de Lisboa e Leixões e no aeroporto de Ponta Delgada, Açores (no dia 5 ou 6 de junho, ainda não está acertada a data).

"Caso não haja resolução do governo para os problemas de uma profissão em regime de exclusividade mas muito mal paga nós vamos voltar a insistir nestas ações".

A iniciativa do Sinapol junto dos aeroportos do país já foi classificada pelo ministro da Administração Interna de "lamentável".

No dia 11 de maio, três dias depois da ação de protesto no aeroporto do Funchal, Miguel Macedo considerou que é um protesto "lamentável" porque "significa verdadeiramente um desprezo pelo trabalho dos milhares de homens e de mulheres das forças de segurança, que garantem a segurança do país e dos portugueses".

"Compreendo que tenha essa dimensão de desprezo por esse trabalho porque, no caso concreto - não quero deixar de dizer isto porque gosto de ser frontal nestas matérias - esse dirigente em causa, por exemplo, no ano passado, entre trabalho sindical, assistência à família e doenças teve de trabalho policial zero dias", criticou.

Armando Ferreira, do Sinapol, adiantou ao DN "lamentar apenas que o ministro se tenha esquecido de referir que eu tenho um grau de incapacidade de 60% por ter sofrido uma queda em serviço há uns anos".

Com 42 anos de idade e 21 de serviço na PSP, Armando Ferreira garante que a sua luta e a do Sindicato é "para melhorar as condições de vida dos agentes mais novos". E lembra que a "pressão e o desgaste a que estão sujeitos" leva por vezes a desfechos trágicos. "No último mês e meio já houve três suicídios na PSP, dois deles de agentes com 26 e 27 anos de idade".

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